quinta-feira, 20 de novembro de 2014

United Colors of El Fanzine

Hoje se comemora no Brasil o Dia da Consciência Negra, mas fuce os quadrinhos brasileiros consagrados e a maioria dos menos cotados e você vai encontrar raríssimos protagonistas negros. Nas páginas em preto e branco (e às vezes alguns tons de cinza) do El Fanzine, gibi que não é militante de porra nenhuma e que tem pés firmes na realidade apenas para tomar impulso para tentar saltos ficcionais, o Brasil - um país mestiço - aparece em todas as suas cores. Desde a primeira edição, personagens negros e mulatos não são apenas coadjuvantes ou "amigos do herói" mas também protagonistas, como nas histórias lembradas abaixo que aproveitamos para recomendar a quem ainda não as leu:

SAMBA DO DIABO (El Fanzine #1, por F. Montenegro, Rodrigo Nemo, Tito Camello e Jailson Chagas): a primeira história da primeira edição do El Fanzine tinha como protagonista um músico no Rio de Janeiro de meados do século XX envolvido em um pacto com o diabo.


Músico sonhando com fama e fortuna

CUSTO BRASIL (El Fanzine #3, por Rodrigo Nemo): entre os  protagonistas há um caminhoneiro e um casal prestes a ter o primeiro filho, presos entre uma enchente, uma estrada em frangalhos e um tiroteio entre assaltantes e policiais corruptos.


O caminhoneiro, a mãe e o pai de primeira viagem


A CANÇÃO DE QUITO 100 PERNAS (El Fanzine #4, por Abc): a história de superação é estrelada por Quito, um carpinteiro portador de deficiência que luta contra seus próprios limites para realizar o sonho de ser jogador de futebol.


Quito mostrando seu futebol moleque BATE PRO GOL, QUITO!!!


A lista nem leva em conta os diversos protagonistas negros das 'Historietas de Quinta', que você confere aqui no blog toda quinta-feira, mas aqui é assim: escolha um feriado e o El Fanzine terá garrafas para vender. Não por militância, não porque isso seja perseguido de forma consciente pelos autores para agradar os politicamente corretos, mas apenas porque temos a realidade como trampolim (curiosamente, há na crítica nacional quem imagine que tomar a realidade como ponto de partida signifique dedicar-lhe fidelidade absoluta; é assunto pra outro post, talvez...).

Feliz Dia da Consciência Negra para todos!

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