sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

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sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

O PRISIONEIRO (comentários)

Neste post irei comentar: a minha maneira de trabalhar, erros e acertos e o que der na telha. A minha maneira de trabalhar é, acho eu, a mais rudimentar de todas. Primeiro eu penso em um argumento bem simples, rascunho palavras chaves em um papel; após isso escrevo o roteiro (geralmente escrevo em prosa primeiro e depois eu roteirizo, mas nessa fase ainda não acerto nem angulações nem decupagem de página). Com o roteiro escrito eu peço para que alguém leia – geralmente meu irmão, pois ele é bastante cruel em suas críticas -. Com os retoques do roteiro feito eu decido o design das personagens. Nesse caso só tinha um... Mas para falar a verdade o roteiro era bem maior (a prosa era bem maior) e com outras personagens, mas eu tenho o costume de capturar só um trecho de toda a história que escrevi e trabalha-la – isso é uma dica do SR. SYD FIELD! -. Assim eu tenho um controle do antes da história o que me ajuda a definir como são as personagens e suas reações e deixa algumas coisas para que o leitor descubra ou pense sozinho – Nada de coisas mastigadas ou explicadas minuciosamente - (vide o exemplo, para quem leu a história, da parte aonde ele comenta sobre “o Japa”).
Com isso pronto eu começo a fazer os layouts. Nessa história especificamente eu utilizei o photoshop e o mouse –sim, o mouse- para rabiscar algumas coisas. A minha prioridade ao fazer os layouts é: Extrapolar os requadros! Detesto quadrinhos lineares que tem quatro ou seis quadrados (eu disse quadrados e não quadros) por página – Nem um retângulo!-. Nessa fase eu vou ler algumas coisas que eu gosto pra inspirar e pegar algumas coisas dos autores também... para esse eu li Crepax, Miller, Sienkiewincz... Após os layouts prontos eu vou para os desenhos das páginas... busco algumas referências, bato umas fotos de mim mesmo para algumas expressões e pronto...
Temos (ou tenho) um quadrinho!
Agora alguns comentários sobre escolhas...



Nessa primeira página, como vocês podem ver no layout, eu segui a idéia principal. Adoro essas páginas que recortam a imagem. A principio eu queria fazer isso para dar uma sensação de monotonia e tempo decorrido lentamente. Eu iria utilizar só quadrinhos vazios com o cair das gotas e o contar delas, mas decidi simbolizar o aprisionamento do nosso companheiro sem nome com os requadros em forma de grade. No desenho final eu coloquei um cadeado – para que a idéia ficasse ainda mais visível -. No layout eu só fiquei em dúvida quanto ao ultimo requadro. A principio eu tinha feito a outra metade do rosto, depois eu fiz uma mão, depois deixei tudo escuro, por fim decidi dar um “plano detalhe” no muro. Ajuda na narrativa? Não. Piora a narrativa? Não. Então por que não tentar? Afinal é um fanzine e eu quero algo autoral e não MAINSTREAM.
Já na página seguinte eu tive alguns muitos problemas...

Nessa eu também segui o layout. E embora não tenha conseguido alcançar o que queria eu gostei do resultado e descobri uma outra possibilidade de requadro. A idéia principal era utilizar o requadro como flashbacks, logo decidi utilizar o velho balão de pensamento. Os ângulos dos quatro primeiro requadros são muito parecidos uns com os outro – propositadamente-. Reparem que o primeiro “A” se parece com o terceiro “C”(as letras de indicação estão em azul) e o segundo “B” se parece com quarto “D”. Fiz isso para brincar com o tempo que se passa. Acho que deixei isso muito fugaz, a intenção era que se fizesse reparar que o “A” e o “D” tem barba e cabelo despenteado e o “B” e o “C” não. Assim deixa –deixaria – claro quando cada fato acontece. Eu deveria ter surrado mais “A” e “D” ou penteado mais o cabelo de “B” e “C” para que isso ficasse mais evidente...
Já a intenção da leitura achei bem interessante. Para que eu pudesse indicar o fluxo que eu queria que o leitor seguisse eu adicionei esses balõezinhos abaixo da seta azul, mas o que reparei é que a partir daí o fluxo que todos seguem é o fluxo das setinhas vermelha, o que se dá muito certo caso o leitor repare na barba e no cabelo (como já mencionado). Caso ele não repare isso o fluxo que ele terá que seguir para que a história tenha mais sentido seria a das setinhas verdes...

Conclusão:
Enfim, quem tem que fazer que o leitor repare nisso ou naquilo sou eu... fracassei... vivendo e aprendendo... mas afinal de contas: Isso é um fanzine e eu quero algo autoral e não MAINSTREAM! É tempo de experimentações...
Abraço a todos...
Desculpem pelo post imenso eu juro que tentei resumir o que já tinha escrito...
PS: A idéia das gotas surgiu depois de ler o capítulo “TIMING” em Arte Seqüêncial do mestre EISNER...



DX WT!!

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

AMOR E MÚSICA (Produção)

A história "Amor e Música" teve um processo de criação bem simples, rascunhada e desenhada em A4 (não gosto muito de desenhar em A3), e arte-finalizada com caneta nanquim 0.2 e 0.8. Abaixo você vê o rascunho da página 2, seguido da versão finalizada para o zine, antes do acabamento digital :

E abaixo, alguns esboços do violoncelista protagonista da história. Inicialmente ele seria mais gordo, mais narigudo e mais careca, mas acabei optando pela versão final:

Pra fechar, estudos de composição de dois personagens de "O Samba do Diabo", história que abre o El Fanzine, desenhada pelo virtuoso Rodrigo Nemo.


PARABOLA (produção)

Bem...

O processo de criação de Parábola foi relativamente fácil, por serem apenas 9 quadros em uma página. Para acelerar o processo, ela foi desenhada em A4 em vez do clássico A3, perdendo em detalhe porém ganhando em velocidade de produção e levando-se em conta a impressão em A5 + xerox, o estudo dos elementos e a arte final realizada em cerca de 2 dias, já que havia um buraco no corpo do projeto. O roteiro foi escrito por MOON GHOST, artista multimídia(OTAKO) de São Paulo, especialista em linguagem de animação japa, sendo esse seu 1º roteiro para HQ. É sensível a influencia japonesa não no traço, porem no ritmo dos acontecimentos, onde os movimentos e passagens se expressam com maior poder do que as relações menos dinâmicas de texto. Achei necessário, dentro dos moldes do projeto, a inserção de recordatórios ajudando a situar o leitor em relação aos acontecimentos dentro da parábola ZEN ali narrada, utilizando como base as idéias inseridas no livro A Arte Cavalheresca do Arqueiro ZEN, relacionadas à metodologia da escola de pensamento oriental em si, onde basicamente não se mira, apenas se sente, fazendo as barreiras entre o eu e o objeto serem dissolvidas e simplesmente se alcança o objetivo. Na sequência, seguem
algumas referências utilizadas durante a produção e uns esboços.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Arte-final de Samba do Diabo

As cinco páginas do Samba do Diabo, arte-finalizadas, como estão no número 1 do El Fanzine.

Samba do Diabo a lápis




As páginas acima são os desenhos a lápis da história em quadrinhos Samba do Diabo, que abre a primeira edição do El Fanzine.

No ar e na rua



A edição de estréia do El Fanzine, cuja capa - de autoria de F. Montenegro - pode ser vista ao lado, traz quatro histórias:
Samba do Diabo
- No Rio de Janeiro de meados do século XX, um estranho oferece a um sambista boêmio a chance que pode mudar sua vida.
O Prisioneiro
- Trancado sozinho em uma cela, homem luta para não perder a sanidade.
Amor e Música
- Homem é dominado por duas paixões.
Parábola
- Zen e o arco-e-flecha
Todo mês será lançada uma nova edição, sempre com histórias inéditas. Parte do conteúdo do fanzine poderá ser visto aqui, neste blog, assim como o processo de criação das capas, ilustrações e histórias em quadrinhos publicadas.